Ciclo Viagem São José do Campestre/RN - Nova Floresta/PB - Acari/RN

1º dia (S. J. do Campestre/RN - Nova Floresta/PB)
Muita chuva durante toda a noite e o amanhecer foi daqueles dias em que o sol se esforça para aparecer entre as nuvens. Acordamos cedo na manhã do dia 18 de Maio para iniciarmos o primeiro dia de mais uma bela ciclo viagem. O ponto de partida foi a cidade de São José do Campestre/RN, localizada na região da Borborema Potiguar.
Todos prontos às sete horas da manhã e partimos rumo à cidade de Japi/RN, local de nossa primeira parada...


De S. J. do Campestre até Japi foram 48 KM pedalados em boas estradas de terra. O dia nublado e, em alguns pontos, poucas chuvas, deram o tom do trecho entre as duas cidades. Seguimos no sentido do Açude Ipiranga, localizado no distrito de Ipiranga - S. J. do Campestre, que em rápidos 12 KM já avistávamos. Pelo percurso escolhido, sairíamos na RN 092 e passar pela margem direita do açude era necessário.
Ipiranga - Distrito da cidade de S.J. do Campestre/RN
Açude Ipiranga - S. J. do Campestre/RN

A beleza do lugar e o clima ameno nos deixava em estado de graça. Gargalhadas, conversas, causos...etc faziam parte do ambiente e certamente estávamos felizes por estar naquele lugar. Guardaremos na memória aquelas condições de clima, a vegetação muito verde e a alegria de ver o sertanejo comemorar um dia de chuva. 
Sertanejo preparando a terra (chuva, sinônimo de fartura no Sertão)
Como sempre acontece, não seria dessa vez que ele não daria o ar da graça. Pneu furou! gritavam... Ótimo motivo para colocarmos as conversas em dia e aproveitarmos a paisagem.
A essa altura já estávamos próximos à Barra do Japi, pequeno distrito às margens da RN 092 e de lá, até a cidade de Japi, eram 8 KM em asfalto até nossa primeira parada.
8 KM pedalados até a cidade de Japi/RN (rodovia RN 092)
Chegamos na cidade ainda cedo, mas programados para uma parada estratégica. Afinal, de Japi em diante teríamos 27 KM somente de subidas e nos 4 KM finais tínhamos uma serra para vencer.
parada em Japi/RN
Devidamente reabastecidos e descansados, partimos, acreditem, ao meio dia e meio em um clima agradabilíssimo. Quem vive ou conhece o Nordeste, sabe que esse horário não é muito, digamos... "apropriado" para pedalar, mas para nossa sorte e porque não dizer, privilégio, tínhamos tempo completamente nublado e ainda agraciados com uma breve chuva. Assim, partimos para a cidade de Cuité/PB. 
Clima agradabilísimo para pedalar - Japi/RN

Em 7 KM, desde que saímos de Japi, estávamos cruzando a divisa entre os estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Chão de terra batido com excelente rolagem e muito verde caracterizavam a região que acabávamos de adentrar.


A topografia do percurso até chegarmos à base da subida da serra de Cuité, alternava-se entre muitas subidas e descidas. Embora curtas, em poucos casos a velocidade de descida ajudava na próxima subida. Na maior parte do percurso, tínhamos que nos esforçar nas subidas até que aproximadamente a 4 KM de chegarmos a cidade, essa alternância acabava e desse ponto em diante não tinha como evitar. Somente subida, subida e mais subida... até chegarmos à Cuité/PB


Início de 4 KM de subidas ( Serra de Cuité - Cuité/PB )
Chegamos a cidade ainda inteiros, mas maltratados pela dificuldade que a serra nos impôs para vencê-la. Felizes estávamos por mais um desafio superado. Nos reunirmos no posto de combustível na entrada da cidade e partimos para Nova Floresta/PB, ponto final do primeiro dia da cicloviagem, distante 7 KM de Cuité pela BR 104.
Nova Floresta/PB está a 682 metros de altitude em relação ao nível do mar. Garantia de clima "europeu" para nós nordestinos da capital potiguar. Uma rápida caminhada pela cidade e nos recolhemos para uma merecida noite de sono.


2º dia (Nova Floresta/PB - Acari/RN)
O tempo chuvoso do dia anterior não se repetiu na manhã do dia 19 de Maio. Não que isso tenha sido ruim, mas as condições do dia anterior já davam saudade. Sabíamos que tinha sido um dia que ficará na memória. Dessa vez, seguiríamos para Frei Martinho, ainda no estado da Paraíba.
Cidade de Nova Floresta/PB
Novamente às sete horas da manhã estávamos iniciando o segundo dia de nossa ciclo viagem. Seguimos para Santa Luzia do Picuí, distrito de Nova Floresta, distante 7 KM. Estávamos na chã da serra, na parte mais alta daquela região. 
Estradão de terra plano e com algumas poças de água por causa da chuvas do dia anterior.
Estradão de terra rumo à Santa Luzia do Picuí/PB
Apenas 3 KM depois que cruzamos o distrito de Santa Luzia do Picuí, chegamos a um local que considero um dos mais bonitos visuais que já conheci nesses anos de trilhas e ciclo viagens. Do alto, víamos o Açude Várzea Grande do município de Picuí/PB. De repente, quase que instantaneamente surge o açude. Imponente, de águas azul turquesa, de uma beleza ímpar. Valeu a pena cada pedalada, desde que nós saímos de S. J. do Campestre/RN no dia anterior.
Açude Várzea Grande - Picuí/PB
Depois de apreciarmos toda aquela beleza natural, seguimos... A característica do terreno mudara desde que descemos do ponto mais alto, onde avistávamos o açude até a cidade de Frei Martinho/PB, destino de nossa única parada no segundo dia de pedal. 
As estradas largas de terra, de chão batido, deram lugar a estradas de terra com muitas pedras soltas, e a vegetação também mudara bastante desde que saímos de Nova Floresta. A essa altura do percurso percebíamos a pouca incidência de chuvas na região, caracterizada pela vegetação seca e temperaturas bem mais elevadas do que o dia anterior.


Chegamos à cidade de Frei Martinho/PB já com sol alto, mas ainda  antes do meio dia. Fizemos uma rápida parada, reposição de água, alimentos e partimos para retornarmos ao estado do RN. Chegaríamos ao Rio Grande do Norte pela trilha da mutuca. Velha conhecida e que há muito tempo não passava. 
Cidade de Frei Martinho/PB
Após 9 KM de estradas de terra estávamos na entrada da trilha da mutuca. Muito técnica, com erosões, pedras soltas, a mutuca é daquelas trilhas que veículos comuns ou sem tração não conseguem superar.
trilha da mutuca - Acari/RN
O almoço seria oferecido na Fazenda Ingá, há 6 KM da entrada da cidade de Acari. Até aí, tudo bem! Não conhecia a fazenda e não ouvia nenhum comentário mais esclarecedor da turma até chegarmos ao local. Depois de vencidos os 9 KM da trilha da mutuca e  mais 6 KM estávamos lá. 
Que belo lugar!
Região próxima a fazenda Ingá - Acari/RN
A Fazenda Ingá é daquelas fazendas centenárias que ainda guardam suas características peculiares. Paredes muito largas, janelões, portas enormes, móveis antigos, fogão a lenha... Chegamos bem na hora que a fome aperta e nos foi oferecido um banquete. E não era qualquer banquete.... Feijão, arroz, macarrão, galinha torrada, farofa, carneiro, suco de limão feito na hora, doce de goiaba, umbuzada...etc. E pra completar... uma boa varanda para conversarmos e deixar o sol amenizar, para enfim chegarmos à Acari/RN, nosso destino final.


Não poderia deixar de agradecer a todos que fazem da Fazenda Ingá um lugar inesquecível. Muito grato pela atenção e gentileza com que nos recebeu e certamente retornaremos em ciclo viagens futuras.
Fazenda Ingá - Acari/RN
Foi difícil retornar ao pedal depois do almoço. Faltavam apenas 6 KM até Acari e bem que a cidade podia está mais perto.
Não teve jeito e depois de alguns "vamos já", partimos e, afinal, Acari estava logo ali. 
Chegamos ainda cedo na cidade, arrumamos as bikes e voltamos para Natal com a certeza que tínhamos realizado uma ciclo viagem que certamente se repetirá. 
Foram cerca de 160 KM pedalados em dois dias. 
Gostaria de agradecer a todos que estiveram nessa ciclo viagem. 
Agradecer pela alegria proporcionada, aos momentos inesquecíveis, as belas imagens vistas e principalmente, agradecer pela alegria e companheirismo que todos tiveram.
Um grande abraço e até a próxima...

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